quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Ys: The Oath in Felghana



O jogo:
Ys: The Oath in Felghana é um RPG, remake de “Ys III: Wanderes from Ys”, lançado originalmente para Super Nintendo em 1995. Em 2005 um remake totalmente estilizado, com gráficos superiores e uma plot mais desenvolvida (para aumentar o tempo de jogo) foi lançado com o nome de Ys: The Oath in Felghana. Em 2010, Ys: The Oath in Felghana foi relançado para PSP, com uma melhora nos gráficos, mas sem grandes modificações além disso.



Jogabilidade:
O jogo tem um controle livre, isso é, o jogador tem certa liberdade em explorar o cenário. O analógico de PSP torna um pouco complicado para novos jogadores que não estão acostumados com o estilo  action-RPG, popular na série “Zelda” (experiências prévias em “Zelda” ajudam MUITO em “Ys”). O primeiro obstáculo, e que pode fazer você desanimar totalmente, é justamente esse tipo de controle. Mas ele é fácil de acostumar e muito gostoso de jogar. As batalhas são em tempo real, nada de turnos, o que requer um pensamento rápido (por mais que, com exceção dos bosses, seja praticamente baterbaterbater desviardesviardesviar). Característica da série “Ys”, as magias são baseadas em fogo, ar e terra, e são carregáveis (segurar o botão antes de soltar a magia pode te salvar).


Algo que pode ser estranho é que não há como comprar itens de recuperar hp e mana nos shops (aliás, no único shop do jogo), apenas monstros podem dropar orbs que recuperam mana, hp e dão boosts de defesa e ataque. Bater nos monstros também dá um aumento de exp (o sistema de level é o mais comum: matar monstro dá exp, certa quantidade de exp aumenta um level, cada level aumenta seus stats). O personagem principal tem uma habilidade chamada “Boost”, que pode ser ativada quando uma barra (que depende de hits) enche.  Quando ativada, o personagem fica overpower, com ataque e defesa maiores e recupera um pouco de hp (o que realmente ajuda). A vontade de jogar de novo após zerar só cresce, pois um novo modo (Inferno Mode a.k.a. o cão) é liberado e você pode recomeçar com suas armas e armaduras do outro save.


Som:
Impossível jogar “Ys” sem música. A maior empolgação das batalhas, das cenas dramáticas e dos eventos importantes tem uma música característica consigo.  O que te empolga a continuar as batalhas é a música, quase um “war cry”. As músicas de batalhas normais tem um toque eletrônico que pode parecer inapropriado, mas que se encaixa bem. A maioria delas são remixes de outras versões da série, mas tem uma qualidade tão boa quanto as originais.


Personagens:
Ys: The Oath in Felghana conta com mais de trinta personagens “conversáveis”, e seus logs ficam salvos numa espécie de diário que o personagem principal carrega. De personagem jogável apenas o principal.

(Elena na ponta esquerda; Adol, o protagonista de cabelos vermelhos; e Dogi, melhor amigo dos dois)
Adol
O personagem principal da série. Adol não deixa de ter características de todo herói de RPG: calado (porém nem tanto, uma vez que um narrador nos “conta” o que Adol fala), complacente, sempre disposto a ajudar a matar os monstros que surgem do nada. Admirado pela pequena cidade e temido pelo grande castelo. Nada fora do comum.

Dogi
Parceiro e melhor amigo de Adol, volta pra Redmont (cidade onde toda a história se passa) porque ouve que algo de estranho está acontecendo por lá. É o fortão sentimental da história.

Elena Stoddart
Amiga de infância de Dogi, Elena desenvolve certo carinho por Adol logo de cara (após ele salvá-la, lógico). Sente falta de seu irmão, Chester, o qual “desapareceu” há seis meses.

Chester Stoddart
Irmão de Elena e amigo de Dogi, Chester sumiu para servir ao rei, Count McGuire. Ninguém entende o porquê da sua traição, que descobrimos no desenrolar da história.

Count McGuire
É o rei carrasco, sem coração e com cara de mamão do feudo. Cobra altos impostos e tem Chester como seu fiel escudeiro. Todos acreditam que ele é o vilão. E talvez seja.


Considerações finais:
Pegue qualquer jogo popular da série “Zelda”, misture com o design dos personagens de “Ragnarok” (sim, o MMORPG) e junte com a trilha sonora de “Mega Man X”: aí teremos “Ys: The Oath in Felghana”, um action-RPG extremamente simples, direto e sem enrolação. O sistema de batalhas acelera o desenvolvimento, por mais que possa deixar o jogo repetitivo com o baterbaterbater desviardeviardesviar. Apesar disso, quando o jogo vai avançando (o que é rápido), temos diversão garantida, quests não tão absurdas e sempre com recompensas ótimas. O jogo, por mais simples que seja, não é fácil. É necessário treinar muito para salvar a pequena Redmont do terrível mal que a assola, resetar em vários chefes e voltar bastante para upar, o que vale a pena.
Foram 12 horas (fiz um gameplay normal, lento e cheio de backtracks) muito bem gastas.